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Estética ilusória em hortifrutis?




E hoje, trazemos algo diferente à vocês com essa crônica narrativa tecida por duas de idealizadoras do projeto Mente Orgânica. Depois de tantas matérias sólidas, por que não partir para algo mais abstrato em sua reflexão? Então venham, e me acompanhem nessa aventura, caras mentes orgânicas.


(Créditos de imagem ao Freepik)



Hortifruti: A Estética Ilusória


Um dia como qualquer um. Pessoas apressadas, carros buzinando e eu indo às compras. Estava tudo tão cinza. Passei pelas extensas prateleiras dos hipermercados, enfileiradas com as mais diversas embalagens. Fui pegando o que me era necessário. Era tudo tão padrão, tão chamativo, que não pude prestar atenção no dia cinzento lá fora. Foi passando na seção de hortifruti que me deparei o quanto esses alimentos estão tomando uma proporção maior, cada vez maiores e mais brilhantes. De fato a industrialização vem a todos. Perguntei-me se de fato gostaria de comprá-los, estavam bonitos demais para serem naturais. A beleza exorbitante que essa indústria nos promove ataca a todos. Foi aí que decidi prestar mais atenção. As frutas abaixo das maiores e mais bonitas estavam podres. Perdendo sua finalidade inicial. As batatas podres não serviam mais para a alimentação de ninguém. Nem o mais miserável, nem o mais necessitado. Cabe a natureza decompor aquelas lindas e largas batatas. Aquilo de repente me afugentou no pensamento de que o processo de industrialização acabou com a moral dos alimentos, um falso moralista, pensando apenas em lucro. De repente aquelas batatas, mesmo as mais grandes, ficaram horríveis demais para mim. Horripilantes. Será mesmo que saíram da terra? Corri para a outro monte, o de frutas. As maçãs tinham o mesmo formato das batatas, grandes, chamativas. O vermelho realmente destacava-se. Mas estava grandes e brilhantes demais para serem naturais. De repente me vi num mar repleto de amoralidade. Nada dali me fez me sentir orgânico, tudo estava devidamente arrumado, mas estava assustado com todas aquelas formas. Saí correndo, a direção era uma feira. Aquela feiura me fez acordar para o que realmente fui criado, me alimentar com o que a natureza quis me dar, e não a indústria. Com a cabeça mudada e com uma mente orgânica, cheguei à feira satisfeito com minhas indagações.


Por Carolina Sada e Lara Ayres

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